sexta-feira, 30 de abril de 2010

ancestraL3


Foto: Felipe Peres Calheiros

segunda-feira, 26 de abril de 2010

África no "Banco" da Igreja







Não há como escapar de uma análise do papel da Igreja Católica na diáspora africana. O tráfico e a escravidão estiveram por muito tempo legitimados pelo Vaticano, que colaborou sobremaneira com o processo colonizador europeu.

Não bastasse tanto, a repressão religiosa perdurou por séculos, interferindo nos cultos africanos e obrigando o povo afro-americano a utilizar o sincretismo como mecanismo de resistência ao desaparecimento dos seus rituais.

O povo quilombola brasileiro ainda hoje sofre assédio de várias instituições religiosas cristãs, que costumam condenar suas práticas religiosas de benzimento e cura, e influenciar comunidades inteiras à devoção católica ou ao protestantismo.

Essa série foi produzida no Quilombo do Imbé, localizado em Capoeiras, agreste meridional de Pernambuco, em 2004. Uma criança quilombola, um banco de igreja. Muito sol e muito contraste por entre as linhas rígidas dos bancos da fé e as curvas do novo rosto negro.

Fotos e texto: Felipe Peres Calheiros

Ancestralidade Indígena - Resistência Xukuru





Na América, a diáspora africana encontrou outra diáspora, a indígena, nascida do genocídio cometido pelos colonizadores. Ancestralidade negra e indígena, cada uma com sua identidade, caminham lado-a-lado, seja na aproximação religiosa-espiritual, seja na afirmação étnica, seja na constituição genética da grande maioria do povo brasileiro.

Localizada na Serra do Ororubá, município de Pesqueira, agreste de Pernambuco, o Território Indígena Xukuru é composto por 24 aldeias, que ocupam uma área de 28.000 hectares, onde moram 9.000 índios - a maior população indígena de Pernambuco.

A reconquista do Território foi marcada por muitas lutas, injustiças e crimes contra os índios, inclusive o assassinato do Cacique Xicão, em 20 de maio de 1998. Desde então, todos os anos, esse dia é lembrado pelo povo Xukuru e seus parceiros, que descem a Serra do Ororubá até a zona urbana de Pesqueira para realizar um ato público em defesa da causa indígena.

Atualmente, os latifundiários da região, utilizando seu poder econômico e sua influência política, têm tentado incriminar as lideranças indígenas a fim de enfraquecer a luta Xukuru. Mas a resistência não pára.

Fotos e texto: Felipe Peres Calheiros (2004)

Infância-Permanência-Resistência





A Comunidade Quilombola do Serrote do Gado Brabo se localiza no município de São Bento do Una, Agreste Meridional de Pernambuco. No século XIX e XX, os fazendeiros da região compraram e tomaram o território ocupado por séculos pelos quilombolas, comprimindo as famílias negras em terras pedregosas, totalmente impróprias a qualquer cultivo. A falta de terras, a deficiente estrutura do serviço público de educação e a alta natalidade transformam a infância quilombola em desafio e resistência. Manutenção da resistência.

Fotos e Texto: Felipe Peres Calheiros (2004)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Atlântico Atravessado


http://www.youtube.com/watch?v=-RBscpQ9l7A

A tradição dos reis e rainhas do Congo foram trazidos e mantidos no Brasil como resistência africana e afirmação social negra. Em abril de 2010, Antonio Guzman atravessa o Atlântico e proclama
Thúlio Nascimento e Karine Mirelle rei e rainha do State of L3.
O primeiro decreto é a busca pelo conhecimento.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Diáspora


A Diáspora é como um vento,
que nos corta e nos espalha pelos lugares,
enquanto atravessamos o espaço.

Foto e texto: Felipe Peres Calheiros
(Quilombo do Serrote do Gado Brabo, São Bento do Una-PE, Brasil, 2004)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Gravidade do Côco






O côco é uma dança nascida a partir das comunidades negras que batiam os pés contra o barro(argila) antes de utilizá-lo para fabricar as paredes das casas de taipa (construída com varas de madeira e barro) que ainda hoje caracterizam boa parte da moradia quilombola brasileira.

Essa série foi produzida durante a Festa da Mãe Preta (festa centenária negra rural) em 2005, na Comunidade Quilombola do Castainho (Garanhuns, Pernambuco, Brasil), lugar de forte tradição do Côco no agreste de Pernambuco.

A batida desses pés se ressignifica em 2010 a partir das pesquisas do L3 sobre a gravidade e a diáspora africana.

Fotos e texto: Felipe Peres Calheiros


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Córrego da Bondade - Ancestralidade e Paisagem


Thúlio Nascimento revisita o seu lugar ao lado de Tayna, sua filha.
Ancestralidade e Paisagem em diálogo permanente.
O preto e branco relampeja novos olhares sobre o verde da mata.