segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Vídeos Tankalé 2009 - "O Outro Lado da Transposição" e "Nossa História, Nossa Gente"



"O Outro Lado da Transposição"
http://www.youtube.com/watch?v=6cgI3dwNCYE

"O Outro Lado da Transposição" discute as conseqüências da transposição do Rio São Francisco para a rotina dos quilombolas de Santana (Salgueiro-PE), que se vêem diante de explosões de dinamites e de uma obra suntuosa, sem repercussão para a melhoria da sua qualidade de vida. Documentário produzido através do projeto "Tankalé -- Formação para o auto-registro audiovisual quilombola" 2009.


"Nossa História, Nossa Gente"
http://www.youtube.com/watch?v=UM6hwFnTiHA

Os adolescentes das Comunidades Quilombolas de Contendas e Tamboril (Salgueiro-PE), decidiram entrevistar os mais velhos. E fizeram um registro poético do encontro com o universo, ainda por descobrir, da história e dos costumes da sua própria comunidade. Documentário produzido através do projeto "Tankalé -- Formação para o auto-registro audiovisual quilombola" 2009.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

V Kipupa Malunguinho 2010 - Vídeos

Registro dos preparativos dos juremeiros para a entrada na Mata do Catucá, guiados por Sandro de Jucá; e do Côco dos Mestres Galo Preto e Zé de Teté. Abreu e Lima, 19/09/2010. Imagens: Felipe Peres Calheiros.

Preparação:
http://www.youtube.com/watch?v=93BsS2B9Fbc

Côco dos Mestres Galo Preto e Zé de Teté:
http://www.youtube.com/watch?v=shRQG-VCBPk

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

V Kipupa Malunguinho - 19/09/2010

Fotos: Felipe Peres Calheiros
Texto: http://alexandrelomilodo.blogspot.com/















Kipupa significa união, agregação de pessoas, associação de indivíduos em prol de algum objetivo, este termo também dá nome a uma cidade na República Democrática do Congo, que se formou pela agregação de refugiados da guerra civil para formarem um gigante quilombo de esperança e reconstrução de sua liberdade e identidade.

Malunguinho, vem do vocábulo Malungo que significa camarada, amigo, companheiro de bordo e de lutas, palavras pertencentes ao tronco lingüístico Kimbundo, língua falada em Angola, país de que vieram estes negros guerreiros. Malunguinho é o título dado aos líderes quilombolas pernambucanos que no século XIX fizeram ferver a capital, na luta por liberdade, reforma agrária e seus direitos. Este nome tabém é dado a Divindade patrona do culto da Jurema Sagrada, o Rei Malunguinho, que é caboclo, mestre e trunqueiro (Exú de jurema).
O KIPUPA Malunguinho nasce em 2006 do anseio de resgatar e dar visibilidade a nossas lideranças históricas negras/indígenas negadas pela historiografia oficial, a exemplo do líder negro Malunguinho e tantos outros, destacando o papel de Pernambuco na resistência negra no Brasil. Determinamos o mês de Setembro para realização anual do evento em homenagem ao ultimo líder do Quilombo do Catucá, o João Batista que teve sua data de morte comprovada a partir de documentos existentes no Arquivo Publico Estadual Jordão Emerenciano, em 18 de setembro de 1835.
Em 2007, nossa articulação, conseguiu aprovar a lei 13.298/07, a Lei Estadual da Vivêncai e Prática da Cultura Afro Pernambucana, a Lei Malunguinho, apresentada e aprovada pelo Deputado Isaltino Nascimento do PT, que institui no calendário oficial do Estado uma semana para atividades relacionadas à Maluguinho e a cultura que o cerca, em especial a Jurema.
O Quilombo Cultural Malunguinho, entidade idealizadora e realizadora do evento, implanta a partir da realização do I° Kipupa Malunguinho, ocorrido em setembro de 2006, um calendário permanente para comemorações e homenagens às lideranças negras históricas, fundando a trsdição do coco do Catucá, com diversos sacerdotes e sacerdotisas da Jurema e do candomblé, artistas, pesquisadores, políticos e estudiosos da cultura e das ciências humanas, além da comunidade onde acontece o vento.
O objetivo do evento é manter viva a memória e história dos líderes quilombolas, construindo o sentimento de pertencimento e reconhecimento nacional a estes líderes negros, através das discussões de temáticas sócios- educacionais e culturais, com a participação de sacerdotes e sacerdotisas da Jurema Sagrada, do Candomblé (Xangô), pesquisadores, estudiosos, mestres e mestras da cultura tradicional e popular, músicos e interessados, materializando em matas fechadas do antigo quilombo de Malunguinho uma possibilidade de imersão na vivência e prática na cultura afro indígena pernambucana, através de debate, ritual (liturgia da Jurema) e o grande coco da mata, com mestres de renome como Mestre Galo Preto, Mestra Eliza do Coco, Mestre Ze de Teté, entre outros que tem na tradição cotidiana o contato com nossas matrizes fundadoras da identidade nacional.
Todo evento é para homenagear e reconhecer Malunguinho, líder negro que elevou-se à divindade na Jurema Sagrada, assumindo a patente de Rei da Jurema, se firmando na tradição oral e teológica nordestina como defensor espiritual, posto este que o diferencia de Zumbi dos Palmares que não “baixa” nos terreiros, mas que os une enqunato personagens inprescindíveis nas lutas históriocas negras por liberdade no Brasil.

domingo, 11 de julho de 2010

"State of L3" Smart Project Space, em Amsterdam

A partir do dia 10 de julho, o coletivo "State of L3" inaugura a mostra ‘Modernity & Aesthetics of the New Black Atlantic’, no Smart Project Space, em Amsterdam. Fotos das instalações, dedicadas principalmente o conteúdo audiovisual produzido no projeto.



domingo, 4 de julho de 2010

State of L3 no Jornal do Commercio

Pernambuco exposto ao mundo
Publicado em 04.07.2010

State of L3 expõe na Holanda, Rodrigo Braga tem mostra na Bélgica e, em Lisboa, Kilian Glasner apresenta trabalho

Eugênia Bezerra

ebezerra@jc.com.br

Três exposições na Europa, inauguradas entre junho e julho, estabelecem diálogos entre Pernambuco e outros pontos do planeta, através da produção artística e de questões sócio-históricas. A Galeria 23, na Holanda, recebe o projeto State of L3, com artistas do Recife, Amsterdã e Dakar. Já Rodrigo Braga inaugurou ontem a mostra Mais força do que o necessário no In Flanders Fields Museum, da Bélgica. Em Lisboa, Kilian Glasner apresenta seu trabalho na Fundação Calouste Gulbenkian.

STATE OF L3

O State of L3 foi idealizado em 2005 pelo artista Antonio Guzman, para discutir a identidade africana (L3 é um gene presente nos descendentes africanos). Desde 2009, artistas da África, Europa e América produzem e trocam conteúdo pela internet. Há várias linguagens envolvidas, como vídeo, fotografia e música. Pernambuco entrou no projeto em 2008, quando o cineasta Felipe Peres Calheiros esteve em Roterdã para exibir o curta Até onde a vista alcança no festival CameraMundo. A produção no Brasil começou com o projeto Tem Preto na Tela, realizado com jovens da Nação Xambá, e hoje também conta com os fotógrafos Ana Lira, Beto Figueirôa, Luca Barreto e Mateus Sá (conheça a experiência pernambucana no www.l3brasil.blogspot.com).

A mostra do State of L3 participou da Bienal de Arte Contemporânea de Dakar e passará por outros espaços na Holanda e na Bélgica. “Contamos com convites para expor em São Paulo em 2011, mas entendemos que é fundamental levar o Estado de L3 para Recife também”, afirma Calheiros. Enquanto isso, eles continuam a produção: “Estudamos no Brasil a possibilidade de novos artistas entrarem, especialmente a juventude quilombola. E fora do Brasil pensamos em nos integrar ainda mais ao Senegal com um intercâmbio, com apoio de uma fundação holandesa. Está em construção também o convite para grupos de Portugal, Moçambique e Cabo Verde, através do Movimento Identidades da Universidade do Porto, para onde estou indo mostrar o projeto”.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Navio do "State of L3" atraca no Festival Keti-Koti em Amsterdam

Dia 01 de Julho de 1863: finalmente a Holanda decreta a abolição da escravidão no Suriname. Em Amsterdam, a grande população de imigrantes e descendentes negros comemora a data com o Festival Keti-Koti. Espera-se um público de 25 mil pessoas amanhã no Oosterpark. Abaixo foto da instalação do "State of L3" dentro da qual ocorrerão as projeções. Trabalho coletivo de Holanda, Brasil e Senegal.

domingo, 27 de junho de 2010

"State of L3" inaugurada em Amsterdam

27/06/2010 - "State of L3" inaugurada em Amsterdam - foto de uma das instalações abaixo.
Colonização em questão.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Abdulaye e Petit (Senegal) chegam a Amsterdam

Abdulaye Armin Kane e Petit (Senegal) acabam de chegar a Amsterdam para integrar o time do L3 em ação na montagem da exposição na Galeria 23. Foto abaixo: Petit (Senegal), Felipe Peres Calheiros (Brasil), Folly Teko (Togo/Holanda), Abdulaye Armin Kane (Senegal) e Wietske Langedjik (Holanda).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

L3 a todo vapor

Primeiro dia de interação em Amsterdam. Na foto acima Antonio Guzman (Panama/Holanda), Raul Balai (Suriname/Holanda) e Felipe Peres Calheiros (Brasil). Passaram por aqui hoje Neil Fortune (Suriname/Holanda), Papa Adama (Burkina Faso/ Holanda) Siri Driessen (Holanda). Criou-se uma nova instalação, com projetor de slides e janela de embarcação para a exposição que será inaugurada no próximo dia 27, na Galeria 23, foto abaixo.




segunda-feira, 14 de junho de 2010

FelipeAncestral


Em maio de 2010, eu, Karine e Thúlio, do L3 Brasil, decidimos ir em busca de nossas ancestralidades.
Vídeo em:
http://www.youtube.com/watch?v=j69OWY7y9B4

domingo, 23 de maio de 2010

Thúlio Ancestral


Thúlio Nascimento vai em busca da sua ancestralidade, a partir da memória do seu avô, Nivaldo.

Vídeo em:
http://www.youtube.com/watch?v=TszACSVaz_o&feature=channel

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Festa da Conceição"





Todos os anos, no mês de dezembro, o Morro da Conceição, no Recife, recebe pessoas dos mais diferentes lugares para pagar promessas e agradecer por bençãos. É a Festa de Nossa Sra. da Conceição, que no sincretismo religioso tornou-se a representação imagética de Iemanjá, estrategicamente concebida pelo povo negro para manter seu culto africano no Brasil. Fé, sincretismo, comércio, África-Europa, L3 Brasil.

Fotos e texto: Felipe Peres Calheiros (2007)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

"Diáspora e Banzo" - por Ana Lira









Hoje fui procurar o significado de diáspora, na versão digital de um dicionário famoso, e descobri que a palavra não está listada nele. Achei, no mínimo, curioso que uma palavra que fala tanto da história humana não fosse encontrada no referido livro. Fiquei pensando sobre o significado das coisas que não são ditas, que ficam nas entrelinhas, em um universo que acaba sendo pouco compreensível para a maioria de nós.

Diáspora significa deslocamento incentivado ou forçado de um povo ou etnia para locais diferentes do seu ambiente de origem, provocando a separação desse grupo. É um movimento de mudança que sempre provoca questionamentos sobre pertencimento e identidade individual e coletiva. Durante o período da escravidão no Brasil, em que vários negros foram retirados de suas terras e mandados para cá em navios, o sentimento mais forte associado a essa quebra era chamado de banzo, ou seja, “uma saudade ou falta muito dolorosa de seu lugar de origem”. O banzo em si não tem uma tradução específica, mas ele pode chegar próximo de palavras como nostalgia, melancolia, desânimo, abatimento e tristeza.

A essa altura do texto, o leitor deve estar se perguntando onde eu quero chegar fazendo toda essa introdução. É o seguinte: no carnaval deste ano, eu fui convidada por um grupo de amigos para visitar o carnaval de Nazaré da Mata e, se possível, fotografar junto com eles. As pessoas falavam maravilhas do encontro dos Maracatus Rurais, da beleza das cores, do envolvimento com a cidade e da experiência incrível de estar em um dos pólos culturais mais expressivos do Estado.

O que não está dito na empolgação e nem nos cartazes coloridos de divulgação publicitária é o que eu vi nos olhos e rostos daqueles personagens que cruzavam conosco pelas ruas de Nazaré: tristeza, cansaço e uma certa desilusão. Expressões que ficam escondidas nas entrelinhas das pesadas mantas, dos óculos escuros, das tintas no rosto, das cabeleiras brilhantes e nas cores hipnóticas que se manifestam no momento da apresentação.

Fiz algumas fotos, mas em muitos momentos andei sozinha pela cidade, me sentindo inquieta com o que via. Poucos dias depois encontrei com outros amigos, que pela primeira vez também estiveram no encontro e todos comentaram a mesma coisa: é tudo tão lindo e colorido, mas os brincantes estão tristes. Os brincantes estão tristes. E os mestres sobem ao palco para cantar suas loas e elogiar os políticos municipais e estaduais. Agradecer a um apoio que vem de pingado, que não garante os direitos básicos daquele povo e ainda estatiza e explora o seu legado cultural.

Ao longo da história da região, esse cenário provocou a busca das pessoas por melhores condições de vida, desagregando famílias e comunidades. Por outro lado, trouxeram moradores de outras cidades, que em busca de retorno financeiro se deslocam para a região no período das colheitas de cana-de-açúcar. Nas entrelinhas dessas migrações, se desenvolve a cultura dos maracatus rurais que, ao longo do tempo, foi se transformando e lutando para não ser engessada por alguns tipos de gestões públicas, que as transformam em bandeiras de campanha turística, em uma relação de troca que talvez beneficie mais quem está fora.

É possível que isso explique os rostos tristes, o cansaço e os olhares de desalento. A diáspora e o banzo em traduções renovadas de um processo de escravidão que não é afirmado, mas se manifesta na maneira de tratar o outro. Quando se pega uma cultura centenária, como a dos maracatus rurais, a confina em uma espécie de sambódromo montado na praça pública, em frente da casa devidamente adornada de tendas vermelhas do administrador municipal, e se espera que aqueles canavieiros de olhares melancólicos se transformem em guerreiros entusiasmados e encham os olhos dos gestores e seus convidados.

Este é um lado menos leve da narrativa festiva, eu sei, mas é uma inquietação que eu queria dividir com os leitores deste projeto. O que torna tudo mais inquietante é que a situação está tão naturalizada que desafio diário de quem deseja um outro cenário para a região é ultrapassar a cegueira provocada pela explosão efêmera de cores e desencadear ações internas e externas que resultem em mudanças efetiva das condições de vida da população da zona da mata e da relação que se estabelece com essa cultura. Se essa discussão puder contribuir um pouco vai ser muito bom.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

"Odé" - Grupo Bongar

Registro do lançamento do novo CD "Chão Batido, Côco Pisado" do Grupo Bongar, na Livraria Cultura, Recife, em 08 de maio de 2010. O som do L3 Brasil, o culto do Orixá Odé.
Música: Guitinho da Xambá.
Imagens: Felipe Peres Calheiros.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Até Onde a Vista Alcança" - Projeção fotográfica

Extra do DVD "Até Onde a Vista Alcança" com as fotos da viagem da Comunidade Quilombola do Sambaquim e Riachão do Sambaquim para o primeiro contato com o mar. Músicas de Joaquim Izidro e Publius, Fotos de Mateus Sá e Felipe Peres calheiros, Edição de Paulo Sano e Rafael Travassos.

Parte 1

Parte2

sábado, 8 de maio de 2010

Grupo Bongar - O côco da Xambá

O Bongar é composto por seis jovens, integrantes do terreiro Xambá do Quilombo do Portão do Gelo, em Olinda. O grupo foi fundado em 2001, com o propósito de levar aos palcos a tradicional festa do Coco da Xambá, que se realiza na comunidade há mais de 40 anos, no dia 29 de junho. O grupo Bongar tem um trabalho voltado para preservação e divulgação da cultura pernambucana. A formação musical dos integrantes tem origem no universo popular, especificamente da comunidade religiosa Xambá. O Bongar mostra em suas apresentações toda a musicalidade do Coco da Xambá, uma vertente desse ritmo tão presente no Nordeste do Brasil, além de ciranda, maracatu, candomblé, entre outros ritmos da cultura de raízes. O Bongar também realiza oficinas de percussão e dança popular, confecção de instrumentos, aulas-espetáculos e palestras. O público, através do show do Bongar terá a oportunidade de conhecer, não só a música e a dança deste coco tão peculiar, mas compreender a formação histórica e cultural desta Nação. O Bongar tem uma musicalidade muito forte de diversas influências musicais, vivenciadas nos cultos afro-brasileiros, principalmente da linhagem Xambá. Os integrantes do grupo herdaram toda essa musicalidade desde a infância, ouvindo os mais velhos e aprendendo com eles os toques, as loas e as danças, durante as festas da Casa Xambá.

http://www.myspace.com/grupobongar

L3ers Brasil - Auto-imagens


O espírito do L3 em nossos lares, em nossas vidas.
Vamos em busca do caminho da volta e da permanência.






Fotos - Karine Mirelle






Fotos - Thúlio Nascimento






Fotos - Felipe Peres Calheiros