segunda-feira, 20 de setembro de 2010

V Kipupa Malunguinho - 19/09/2010

Fotos: Felipe Peres Calheiros
Texto: http://alexandrelomilodo.blogspot.com/















Kipupa significa união, agregação de pessoas, associação de indivíduos em prol de algum objetivo, este termo também dá nome a uma cidade na República Democrática do Congo, que se formou pela agregação de refugiados da guerra civil para formarem um gigante quilombo de esperança e reconstrução de sua liberdade e identidade.

Malunguinho, vem do vocábulo Malungo que significa camarada, amigo, companheiro de bordo e de lutas, palavras pertencentes ao tronco lingüístico Kimbundo, língua falada em Angola, país de que vieram estes negros guerreiros. Malunguinho é o título dado aos líderes quilombolas pernambucanos que no século XIX fizeram ferver a capital, na luta por liberdade, reforma agrária e seus direitos. Este nome tabém é dado a Divindade patrona do culto da Jurema Sagrada, o Rei Malunguinho, que é caboclo, mestre e trunqueiro (Exú de jurema).
O KIPUPA Malunguinho nasce em 2006 do anseio de resgatar e dar visibilidade a nossas lideranças históricas negras/indígenas negadas pela historiografia oficial, a exemplo do líder negro Malunguinho e tantos outros, destacando o papel de Pernambuco na resistência negra no Brasil. Determinamos o mês de Setembro para realização anual do evento em homenagem ao ultimo líder do Quilombo do Catucá, o João Batista que teve sua data de morte comprovada a partir de documentos existentes no Arquivo Publico Estadual Jordão Emerenciano, em 18 de setembro de 1835.
Em 2007, nossa articulação, conseguiu aprovar a lei 13.298/07, a Lei Estadual da Vivêncai e Prática da Cultura Afro Pernambucana, a Lei Malunguinho, apresentada e aprovada pelo Deputado Isaltino Nascimento do PT, que institui no calendário oficial do Estado uma semana para atividades relacionadas à Maluguinho e a cultura que o cerca, em especial a Jurema.
O Quilombo Cultural Malunguinho, entidade idealizadora e realizadora do evento, implanta a partir da realização do I° Kipupa Malunguinho, ocorrido em setembro de 2006, um calendário permanente para comemorações e homenagens às lideranças negras históricas, fundando a trsdição do coco do Catucá, com diversos sacerdotes e sacerdotisas da Jurema e do candomblé, artistas, pesquisadores, políticos e estudiosos da cultura e das ciências humanas, além da comunidade onde acontece o vento.
O objetivo do evento é manter viva a memória e história dos líderes quilombolas, construindo o sentimento de pertencimento e reconhecimento nacional a estes líderes negros, através das discussões de temáticas sócios- educacionais e culturais, com a participação de sacerdotes e sacerdotisas da Jurema Sagrada, do Candomblé (Xangô), pesquisadores, estudiosos, mestres e mestras da cultura tradicional e popular, músicos e interessados, materializando em matas fechadas do antigo quilombo de Malunguinho uma possibilidade de imersão na vivência e prática na cultura afro indígena pernambucana, através de debate, ritual (liturgia da Jurema) e o grande coco da mata, com mestres de renome como Mestre Galo Preto, Mestra Eliza do Coco, Mestre Ze de Teté, entre outros que tem na tradição cotidiana o contato com nossas matrizes fundadoras da identidade nacional.
Todo evento é para homenagear e reconhecer Malunguinho, líder negro que elevou-se à divindade na Jurema Sagrada, assumindo a patente de Rei da Jurema, se firmando na tradição oral e teológica nordestina como defensor espiritual, posto este que o diferencia de Zumbi dos Palmares que não “baixa” nos terreiros, mas que os une enqunato personagens inprescindíveis nas lutas históriocas negras por liberdade no Brasil.

2 comentários:

  1. Nossa Felipe, que lindas fotos! Genial a da Lama cara, howww show de bola!! Parabéns e posta mais pro mundo ver!!
    L'Omi.

    ResponderExcluir
  2. nossas grandes reverencias ao grande rei! malunguinho com certeza é uma entidade muito especial e mereçe toda nossa homenagen, vcs estao de parabens, sao pessoas como vcs que nao podem deixar nossa cultura morrer


    pai Rogerio de obá ayrá ybonã - Escada pe

    ResponderExcluir